Júlio de Castilhos
quinta-feira

23 de janeiro de 2025

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Essa não é mais uma coluna sobre filmes, livros e semelhantes. Não tenho a menor condição de avaliar uma produção. Não enquanto tiver tantos “nhés” na minha vida. É muito “nhé” para pouca concentração.

Nunca pensei que ser pai seria fácil. Mentira, pensei que seria fácil sim. Que ia ensinar umas lições, ensinar a arrotar e ele sairia um belo rapagão com formação acadêmica e futuro profissional encaminhado. Mas agora, 20 dias depois, estou entendendo que, talvez, seja um pouco mais complexo que isso.

Não me importo com o afazeres de pai. Faço com prazer. Troco fralda, embalo, dou banho. Serviço completo.

O meu problema é o sono.

Tenho vivido um eterno sono.

A qualquer momento posso virar um Tyler Durden, desenvolver uma dupla personalidade e explodir os prédios das maiores companhias de cartão de crédito do mundo.

Um bebê é muito frágil e não sobrevive sozinho. Isso quer dizer que alguém deve zelar por ele 24 horas por dia.

Tento dar tudo do bom e do melhor para o meu filho como aquecedor ligado quase o dia todo, uma boa casa, boa alimentação para a mãe (que no momento vai para ele) e mesmo assim aquele bichinho parece que vai quebrar o tempo todo.

Fico pensando COMO uma pessoa em vulnerabilidade social, muitas vezes sem teto ou em situação de insegurança alimentar, consegue criar um filho. Imagina gêmeos. Como fazem os pais dos gêmeos?!

A verdade é que esse início difícil vai te amadurecendo mais rápido e, mesmo sabendo que você já leu esse clichê, te faz valorizar muito mais mãe e pai (se for presente).

Perdoem-me a fala perdida, mas enquanto cada frase for interrompida por um “nhé”, as palavras vão se desconectando em mais uma coluna do papai.

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