Uma das intenções da minha coluna é exatamente criar uma ponte entre os castilhenses e alguns fatos ou formas de pensar que, a meu ver, não alcançam nossa comunidade com o potencial que poderiam.
Para quem não sabe, o nome da coluna: “desconstruindo a quarta parede” surgiu inspirado na expressão “derrubar a quarta parede”, que, em resumo, dá significado aos momentos em que os personagens interagem com a plateia de uma peça teatral e a tornam menos passiva.
Essa é a minha ideia aqui. Fazer com que os pensamentos que eu vier a escrever alcancem cada leitor de modo que realmente permita e provoque a reflexão.
Partindo disso, um fato que me chamou atenção nesses últimos dias foi o encalhe do navio EverGiven, da empresa Evergreen, enquanto transitava pelo Canal de Suez.
Já é uma loucura pensar que nós, humanos, literalmente abrimos um canal que liga o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho. E mais que isso, que enquanto estamos aqui, conversando, esquecemos que milhares de coisas inimagináveis estão acontecendo por todo o mundo, e que qualquer uma delas pode fazer com que tudo mude de uma hora para outra.
Como as rotas dos navios comerciais que trafegam pelo Canal são principalmente destinadas à Ásia e à Europa e embora representem aproximadamente 12% do comércio mundial, segundo a Autoridade do Canal de Suez, os especialistas em economia mundial concluem que, no Brasil, não chegaremos a sofrer um impacto muito grande com o ocorrido.
Ufa! Pelo menos escapamos dessa vez!
Mas e se fosse diferente?
Pense só: um navio de 400 metros encalhado é capaz de travar parte da economia do planeta. Diversamente do que aconteceu nesses dias, a última vez que o estreito esteve interrompido antes do EverGiven, fez com que levassem 8 anos até que o trânsito finalmente fora reestabelecido, em 1975. Isso se deu devido às disputas que a Guerra dos Seis Dias provocou à época. Fazendo com que navios afundados fossem objetos da interrupção.
Isso tudo me fez pensar: Positivas ou não, as“grandes coisas” acontecem rapidamente. E, consequentemente me surgem as dúvidas: Será que o que eu considero importante hoje fará sentido amanhã? O que eu faço hoje condiz com o que eu considero importante?