Júlio de Castilhos
quarta-feira

22 de janeiro de 2025

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Pó de Rocha pode ser estratégia viável contra crise no fornecimento de fertilizantes

Nome popular para remineralizadores, produto surge como alternativa aos fertilizantes importados, apesar do desafio de logística

“A solução para a crise no fornecimento de fertilizantes para a agricultura brasileira está na exploração do pó de rocha”, essa afirmação foi do Senador Luis Carlos Heinze (PP), durante pronunciamento na tribuna do Senado Federal.

A crise no setor, agravada com a Guerra entre Rússia e Ucrânia, vem preocupando produtores rurais e intensificando a busca por soluções como a do remineralizador, chamado popularmente de “Pó de rocha”, que aliado ao calcário, é uma alternativa aos fertilizantes químicos.

As recompensas são a melhoria estrutural e incremento mineral e biológico do solo, disponibilizados logo após o contato com a água, dando boas condições para as plantas absorverem ao longo do tempo.

Logística
O desafio está no atual custo logístico onde, muitas vezes, o transporte é maior que o valor do produto, chegando superar a 1,5 do valor por tonelada. Para amenizar, é importante identificar quais os setores de mineração existentes na Região e quais são os resíduos que eles produzem. Depois, deve-se verificar subprodutos e se já se encontram no tamanho apropriado para o consumo na agricultura, além de fazer as devidas correções técnicas como moagem, britagem ou peneiramento.

Fertilizantes do Irã & Canadá
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reuniu-se com empresas produtoras de fertilizantes do Irã e do Canadá para ampliar a importação do produto antes de deixar a pasta (vai concorrer ao Senado do MS). China e Rússia pararam os embarques para manter o equilíbrio no mercado interno. Já a Bielo-Rússia, que fornece um quinto das exportações mundiais de potássio, teve o comércio proibido por conta de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao país.

Agro Sustentável
O risco de interrupção no fornecimento da Rússia é oportunidade para avançar em biofertilizantes, amônia verde e outras técnicas para descarbonizar o campo. O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, e o maior importador. Somente a cultura da soja consome 40% do insumo aplicado no país, segundo a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.

O gasto com fertilizantes era de R$ 620 por hectare em setembro de 2020 em uma lavoura de soja. Um ano depois, o valor passou para R$ 1.323, mais que o dobro. No período, a participação dos fertilizantes no custo operacional saltou de 20% para 31%.

Preço sim, produtividade não
A vida não está fácil para o produtor rural no Rio Grande do Sul. Não bastasse a estiagem, a crise nos fertilizantes, o excesso de chuva no momento errado, ainda tem que lidar com um problema que ainda nem chegou: a falta de soja para o plantio.

No fim da colheita dessa safra, onde a rentabilidade foi quase nula, o produtor rural já se prepara para um novo desafio: o próximo plantio. Todos os problemas já listados acima, que agravaram-se com a guerra entre Ucrânia e Rússia, maior fornecedor brasileiro de fertilizantes, traz incertezas em razão da baixa produtividade de grãos por hectare.

Última hora
O governo federal garantiu a compra de 678 mil toneladas de fertilizantes da Rússia, para assegurar o plantio da próxima safra.

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